sexta-feira, 29 de agosto de 2008

Capitulo 2 - Os Primeiros Passos


Capítulo 2
Os Primeiros Passos

“botou na bolsa umas mentiras pra contar, deixou para trás os pais e namorado...Um passo sem pensar, um outro dia, outro lugar ”


Meu primeiro namorado foi aos 12 anos, muito nova e um escândalo para a cidade que já convivia com o fato de minha mãe ter me dado a luz cedo. Mas ao passar dos meses, já estavam todos acostumados e eu vivendo minha primeira invenção de amor. Todo mundo acha que o primeiro namorado é o seu amor, mas na verdade é sua invenção, pelo menos o meu foi, porque além de achar que eu o amava e que ele era o homem da minha vida, eu inventava pensamentos, sonhos, enfim, a única coisa que posso afirmar sobre o primeiro namorado é que ele será lembrado para sempre, nunca se esquece. Já vivi muitas coisas com tão pouca idade, mas em todas elas o Carlos teve presente em minha lembrança. E há quem diga que isso é amor, quem fala isso realmente não conhece o amor, porque até hoje ninguém sabe o que é o amor e muito menos se aquele sentimento forte que sente é realmente o significado de amor. Você ai sabe o que é realmente o amor? Não estou aqui dizendo que ele não existe, claro que deve existir, alguém no mundo já deve ter vivido isso, porque se a palavra existe é porque esse sentimento existe. Espero que 99% das pessoas que não sabem e nem nunca sentiram sintam, porque deve ser muito bom dar e receber amor.
O namoro acabou quando decidi ir embora e deixar tudo de lado. Eu queria muito mais do que um namorado simples, que vivia para mim, vivia a minha sombra. Comecei a preparar minha saída por dias e dias, não teria coragem de contar a minha mãe que estava jogando tudo pra cima e largando Brejo das Freiras para me encontrar em outro mundo, no mundo de meus livros, revistas e músicas.
Uma certa noite já com a passagem comprada para Salvador, deixei um bilhete falando que voltava e que a amava acima de tudo e parti para o primeiro grande passo de minha vida.
Fui para a rodoviária não sabendo ao certo se o que eu estava fazendo era bom ou mal, mas fui. Não me arrependi, gostei de ter tido uma atitude certa. Essa vontade era como o ar, era vital para a minha vida, eu precisava fazer pela primeira vez aquilo que eu tinha vontade de verdade.
Fui ouvindo minha banda preferida durante as quase 20 horas de estrada, mas tava certa de que minha vida iria tomar outro rumo a partir dali e que eu iria voltar e buscar minha mãezinha naquele lugar e deixa-la um pouco mais feliz.
Descobri nesse meu primeiro passo que sou a Miss Imperfeita, mas ao mesmo tempo sou tudo que qualquer pessoa gostaria de ser. Não é por falta de nada e sim por excesso de tudo. Loucura não é? Mas o que seria da vida sem uma dose de loucura?! Feche os olhos e sinta, deixa a brisa da noite entrar em você, sente-se sob a luz da lua e deixe tudo de bom ou ruim chegar a sua mente, imagine o quanto você aprendeu com tantas experiências e não se culpe, não pode existir culpa, só prazer e a certeza de que foi tudo para seu amadurecimento.
Taí uma palavra que gosto Amadurecer, isso não significa o números de velinhas que você vem soprando ao longo de sua vida, significa o quanto você aprendeu com as pedras e flores que o destino te mostrou. Você lembra de quantas vezes você sorriu de uma forma sincera e realmente feliz? Você sabe o que é ser feliz? As vezes esse sentimento felicidade está tão perto de você, mas a gente faz de tudo para esconde-lo e fingir que ele não existe. Quantas vezes a alegria de viver estava do meu lado e eu olhei, pensei e deixei de lado, cada um de nós em algum momento da vida já fizemos isso e depois olhamos para trás, porque sempre por mais que leve anos e anos a gente termina olhando para trás e se culpando por ter deixado sumir tanta coisa que significaria a tal felicidade.
Cheguei em Salvador e me hospedei em um albergue situado no bairro da barra, lugarzinho bacana, sem muito “conto de fadas”, mas ali estava começando a minha nova vida de liberdade extrema e de sonhos guardados prontos para se tornarem reias.
Minha primeira vontade de liberdade foi passear e conhecer o lugar onde resolvi viver. Pergunta daqui, pergunta dali e conheci alguns locais bacanas e alguns úteis para minha longa ou curta estadia, ainda era muito cedo para pensar em algo mais concreto.
Mesmo cansada da viagem resolvi sentar na praia para olhar o mar, aquela imensidão de azul que refletia a luz do sol e nos presenteava com uma bela paisagem. Chorei ao lembrar de minha mãe, chorei ao pensar que agora seria eu e eu, chorei ao pensar em não conseguir, chorei de medo de tudo, mas me acalmo e penso que quantas coisas nessa nossa vida perdemos ou deixamos de fazer apenas por Medo.
Naquele local jurei não mais sentir medo e não deixar jamais de lutar por tudo aquilo que eu julgava bom pra mime para minha felicidade pessoal. Eu estava ali pela primeira vez me conhecendo, estava enxergando dentro de mim, me sentia bem e ao mesmo tempo anestesiada.
Estava preparada para tudo, não seria fácil mas eu chegaria lá.
O mundo estava ali, Deus já me deu o pincel e cabia a mim, somente a mim criar, desenhar e pintar o meu caminho.

Capitulo 1 - Como a história começa

Capitulo 1
Como a história começa

“É preciso amor pra poder sonhar, é preciso paz prá poder sorrir, é preciso força para seguir...”


Eu quero sempre mais... Assim que posso definir a minha vida de muita luta, amores, decepções e a eterna busca da felicidade. Guerreira, chata, sapeca, uma criança no corpo de mulher, odeio mentiras, mas as vezes elas são necessárias, não com o intuito de enganar e sim pra não magoar, já fiz muita coisa errada, mas o que é errado?. O mundo está aberto pra quem tem coragem de encará-lo, basta você saber o que é na vida e o que quer dela e eu sei, e como sei.
Ah! Esqueci de me apresentar – Prazer, meu nome é Clara, tenho 24 anos, olhos castanhos mel, cabelos lisos e claros, assim como minha cor de pele. Sou uma eterna apaixonada por aventuras, coisas inexplicáveis mas que dão sentido a vida, penso que tudo só tem sentido e só vale a pena quando o risco e o medo é transformado em uma lição.

Minha história começa quando abri os olhos e percebi o quanto grande é este mundo e o quanto de papel e caneta ele nos dá pra gente traçar e contar nossa caminhada. Venho de uma família pobre do interior da Paraíba, uma cidade chamada de Brejo das Freiras, logo ali perto de São João do Rio do Peixe.Pequena, formosa e longe, 496km da capital, cresci, aprendi e comecei a ter sonhos, grandes sonhos que as vezes se transformavam em ilusões da cabecinha daquela garota de interior que não tinha direito de sonhar porque seu destino já estava traçado, era casar , ter filhos, barriga no tanque e viver para a família, esquecendo seu lado mulher que poderia trabalhar, crescer, ter sucesso e mudar seu destino. Sonhos, ilusões e pesadelos, palavras que às vezes se confundem na cabeça de qualquer pessoa seja ela rica, pobre, branca, azul, negra, amarela, magra ou gorda, guerreira ou preguiçosa, chata ou aquela boba, enfim todas as mulheres têm essas três palavras na cabeça quase que diariamente.
Logo aos 10 anos descobri que minha vida não iria parar em Brejo das Freiras, engolia os livros que me levavam para outro lugar, outro planeta, adorava passar horas e horas me deliciando com aqueles contos de capital, cidade grande, gente bonita, mulheres modernas, era meu conto de fadas, o meu momento do dia que de alguma maneira eu poderia querer ser a Clara que tanto vinha em meus sonhos.
Meus pais?! Vamos lá falar um pouco sobre eles – Meu pai prefiro não citar, assim como muitas pessoas que conheci ao longo desses anos, pai é uma palavra inexistente no meu vocabulário, então vamos falar de um nome singelo, pequeno mas que tem toda força e poder em nossa existência, a palavra mãe. Mãe é mãe como muita gente sabe, a minha foi a melhor, a peça fundamental de tudo. Uma heroína, uma fortaleza, me teve aos 18 anos, foi largada e teve a difícil tarefa de criar uma criança com poucos recursos, poucos amigos, pouco quase tudo, porque o principal ela tinha, de sobra, muito, que era amor incondicional, inabalável.
Futuro igual ao de minha mãe, creio que não gostaria de ter, a força e garra dela sim, acho que herdei isso, mas continuar vivendo em uma cidade do interior, tendo um imenso mundo pela frente, creio que não seria um final feliz para minha história.
Acho bem no fundo que se minha mãe pudesse voltar no tempo só mais uma vez ela mudaria o rumo de sua história, não pelos 6 filhos que teve, mas pelo tempo que ela deixou de viver e sonhar, pelo erro em ter dado seu amor para alguém que não chegou nem a 1 cm de merece-lo. Não quero viver isso, amores só os possíveis, apesar de que já vivi muitos amores que achei “o ideal” e quando finalmente enxerguei vi que era apenas uma boa ilusão de garota que fica boba ao achar que esta amando, mas essas histórias só depois.
Taí uma frase que eu sempre levo comigo e que muitas pessoas também devem levar “mais uma vez”. Quantas vezes quis mudar meu destino, meus amores, minhas dores, minhas conquistas, só mais uma vez...
Pra ser bem sincera, acho que só tomei a atitude de seguir em frente quando tive certeza de que o mundo não era tão cor de rosa como minha mãe falava. Ela fazia isso para camuflar a vida tão “escura” que ela tinha. Tão nova, tão sem esperança, com sonhos perdidos, presa entre quatro paredes e uma cidade que não trazia nada de “grande” que chegasse até o sonho dela. Convivendo com a dor silenciosa de minha mãe descobri que “a gente sangra só pra saber que esta vivo”.
Perdi a conta de quantas vezes tive que sangrar só para continuar vivendo, só para puder de alguma maneira mudar mais uma vez o caminho que estava escrito pra mim, na verdade eu escrevi e venho escrevendo o meu próprio caminho. Correr riscos, ter medo, chorar, isso tudo é sinal de força, de que você existe e que é capaz de mudar o seu mundo. Infelizmente a sociedade criou a palavra fraqueza e insistem em relaciona-la a choro, medo, insegurança. Não acredito nisso pois essas palavras e tantas outras que muitos pensam que é ruim, pra mim foi sinal de aprendizado, crescimento.
Gosto de músicas sabe, elas me fazem refletir, relaxar, é tão bonito quem tem o dom de escrever coisas tão lindas, significativas. Gosto muito de uma banda mineira, as letras de suas canções falam de amores impossíveis que podem ser possíveis, de sentimentos sinceros, gosto muito também de uma banda americana que fez a trilha daquele filme Cidade dos Anjos. Gosto de livros Paulo Coelho é meu preferido, acredito muito nas coisas que ele diz, já viajei com ele para cada canto que ele detalha em suas aventuras. Fui Verônica, fui Brida fui Maria, já sentei na margem do rio e chorei, já percebi que minha vida é Maktub e hoje dou uma ajuda a ele para traça-la.
Adoro escrever ouvindo som bem alto, acho que minha inspiração, minhas idéias e até minhas loucuras saem de uma forma mais fácil ao ecoar as notas musicais, viajo, fantasio, sinto no fundo de minha alma, aquele som penetrar meu interior e me fazer escrever, escrever e escrever. Você já fez isso? Já tentou fechar os olhos e deixar a música entrar e invadir seu ser? Faça, é um dos primeiros passos para você encontrar a você.
















Prefácio

Esse livro é uma aventura gostosa, um desafio nessa louca vida que levamos. Querer abraçar o mundo de uma vez, querer viver tudo, sempre, mais uma vez...
O nome escolhido para o primeiro filho é pela minha loucura pela banda Jota Quest, quem me conhece sabe o quanto eu curto e viajo em suas canções e creio que a frase Mais Uma Vez, combina com esse livro, com esse relato, porque quem nessa vida daria tudo para ter “aquele momento” Mais uma Vez?!
Os personagens citados e a história contada é uma mistura de ficção com realidade, a minha realidade, a sua realidade, coloquei trechos de minha vida, mesclados a assuntos já ouvidos, já lidos, já pensados e inventados.
Espero que vocês viajem comigo na caminhada de Clara e que essa obra possa de alguma maneira ajudar no modo de pensar, de agir, de viver a vida.
Como seria bom puder voltar todos os momentos já vividos, seja para corrigi-los, mante-los ou apenas relembra-los, seria muito bom apertar a tecla “voltar” e viver cada momento. Então o bom da vida é viver cada segundo porque infelizmente existem coisas que não podemos fazer Mais uma Vez!

Bons Ventos pra todos!
Mayra Ilnah




















Agradecimentos

É muito difícil na hora de agradecer, porque de alguma maneira a gente pode acabar esquecendo de alguém, mas antes de tudo quero agradecer a todas as pessoas que me amam de verdade e que já passaram, estão passando e os que ficaram na minha vida.
Primeiramente a Deus, as minhas mães Ivany, Luzia e Lili pela luta, força, união e muito amor para eu está nesse mundo. A meu marido Neto pela dedicação e amor incondicional. A meu Bernardo por ter transformado a minha vida e ter me feito uma pessoa mais feliz. As minhas queridas Aline Rosinha, Débora e Micas pelo incentivo, pela perturbação e por acreditar que eu seria capaz de escrever este livro – muito Fuuuuuuuu para vocês - vocês me ensinaram que a vida é um verdadeiro trio elétrico. A Maria Alice e Celso Duran pela amizade de ontem, hoje, amanhã e sempre. Á Nelsinho, Jerow, Fábio, Jorge, Danilo,Tamyr, Aninha e toda turma do fã clube do Cheiro que me incentivou a essa loucura boa,rs e a todos amigos do dia a dia, mas que dispensam um carinho especial por mim..
Agradecer também ao restante de minha família, aos meus irmãos, primos, cunhados, sogros... enfim a todos que de alguma maneira estão sempre presentes fazendo meus dias mais importantes e felizes.


Dedico esse livro a minha mãe Liva, que onde quer que esteja sempre estará do meu lado, me colocando no colo e dizendo que tudo vai ficar bem.